Em 1735, o rei Luís XV comissionou o pintor Jean-François de Troy a criar um quadro para decorar um dos salões de refeições do palácio de Versailles . Daí nasceu Le Déjeuneur d’Huîtres, o Almoço de Ostras
O quadro que mostra um grupo de caçadores recém chegado ao palácio ( daí a ausência de mulheres) almoçando ostras frescas é uma verdadeira aula dos hábitos à mesa no séc. XVIII. A ela pois:
No canto inferior direito, as ostras recém chegadas( provavelmente da Normandia) ainda envoltas em algas, palha e estopa para manterem-se úmidas e frescas.
À esquerda a encarregada de abri-las e colocá-las nas bandejas de prata
Aqui, portanto uma demonstração de quão apreciadas eram as ostras por nobres. O hábito de degusta-las antes da refeição ou até substituindo a refeição vem mesmo do séc XVII, embora já fossem apreciadas e valorizadas desde os impérios grego e romano
Agora uma pergunta: Para onde olha o grupo ao fundo , à direita que inclui o garçom ?
Sim, para uma rolha que se desprendeu sozinha da garrafa e voou. Notem o detalhe do nobre que cobre com o dedo a boca da garrafa. Na época, as garrafas e rolhas não aguentavam a pressão da Champagne e, apesar de bem menores que as de hoje( para comportar menos pressão interna) ou explodiam ou perdiam a rolha com frequência
Também a se notar, as cubas com gelo contendo as garrafas por abrir.
Está é a primeira pintura que
conhecemos que ilustra o Champagne e seu consumo.
Como detalhe final, as taças emborcadas em tigelinhas: a dupla fermentação da Champagne criava muitos sedimentos na garrafa, assim os nobres tomavam-na de um gole só e emborcavam a taça na tigelinha para escorrer os sedimentos ou eram servidos numa nova taça
O desenvolvimento da técnica de Remuage pela Veuve-Clicquot eliminou este problema
De tudo que o bom D’us colocou a nossa disposição para comer, ostras são o que mais gosto. Como dúzias infinitas delas e cada vez gosto mais. Este quadro é uma verdadeira celebração a arte e ao prazer de degustar ostras , com seu melhor e mais afinado companheiro, a Champagne !
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