Tudo começou em 8/12/1891 quando o empresário uruguaio Joaquim Eugênio de Lima com seus sócios adquiriram uma série de terrenos e construíram e inauguraram a Av Paulista. Para que ela ficasse reta e desimpedida como projetou seu criador, enormes quantidades de terra foram movimentadas na altura em que passava sobre a 9 de Julho. Com isto, num lado da nova avenida foi reservada uma área intocada, ainda com vegetação original, que ficou conhecida como Parque da Avenida e neste local, do outro lado da avenida, foi reservado espaço para um belvedere. A área foi doada à Prefeitura( com a condição que nenhuma edificação que obstruísse a vista poderia ser construída no local) que, com a habitual rapidez, inaugurou em 1916 o Belveder da Paulista, projetado por Ramos de Azevedo, que tinha bar, restaurante e confeitaria com salões de festa. A concessão foi vencida pelo empresário Vicente Rosati, por acaso, o concessionário do Bar e Restaurante do Teatro Municipal, que inaugurou o Restaurante Trianon com o menu da foto.
O local, administrado como um clube virou um “must” da cidade para festas, banquetes e encontros da classe alta da cidade. Alguns destes eventos estendiam-se ao parque, do outro lado da avenida e ele acabou tomando o nome do restaurante e transformando-se em Parque Trianon
Em memorável banquete em homenagem ao lançamento do livro As Máscaras de Menotti del Pichia, em 09/01/1921, Oswald de Andrade lança o manifesto Modernista, dizendo que “ a hora da revolução modernista chegou...”
Com a crise de 29 e a derrocada do café, festa e banquetes diminuíram e o restaurante resistiu até 1935, quando o Belveder passou a ter um bar e salões de aluguel para festas. Em 1930, parte dos salões passou a abrigar a Escola de Boas Maneiras e Danças de Madame Poças Leitão, possível introdutora da dança de salão na cidade
Já bem deteriorado, o Belveder foi demolido em 1951 para dar lugar a um pavilhão de exposições provisório , onde em 20 de outubro daquele ano foi realizada a primeira Bienal de Arte de São Paulo.
Em 1958 iniciou-se no local a construção do MASP. Lina Bo Bardi, respeitando a restrição inicial de Joaquim Eugênio de Lima, projetou o edifício com um enorme vão de 70 m, que não impediria a visão do vale do Anhangabaú que foi inaugurado em 1968
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